tag:blogger.com,1999:blog-64898838042957994352024-03-13T15:19:50.770-03:00.:Café... e Bobagem:.Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-62537119594314351332011-01-21T19:49:00.003-02:002011-01-21T19:58:15.059-02:00Minas, são muitas!<strong> <blockquote><a href="http://eu-euza.blogspot.com/"><strong><span style="color:#cccccc;">Minas, são muitas. E são<br />tantas histórias!</span></strong></a><a href="http://eu-euza.blogspot.com/"><br /></blockquote></strong></a>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-43579231927781068612010-12-13T08:48:00.009-02:002010-12-21T08:18:43.247-02:00Vida para Todos<p align="center"><a href="http://s1121.photobucket.com/albums/l508/eu-euza/?action=view&current=arvore2cpia.png" target="_blank"><img border="0" alt="Photobucket" src="http://i1121.photobucket.com/albums/l508/eu-euza/arvore2cpia.png" /></a></p>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-57544156591605519032010-05-17T09:25:00.004-03:002010-06-21T09:42:07.410-03:00Palimpnóia<div align="center"><strong>Espero vocês aqui:</strong></div><div align="center"><strong></strong></div><div align="center"><a href="http://palimpnoia.blogspot.com/2010/06/euza-de-vida-e-jabuticabas.html"><strong>PALIMPNÓIA</strong></a></div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-4364721857142101692010-04-23T08:15:00.006-03:002010-04-25T13:03:48.029-03:00ondas<div align="justify">Olhava atenciosamente os paralelepípedos como se deles viesse o risco. Há dias eu me sentia incomodada. Toda minha vida estava em rodopios e eu não sabia se conseguiria centrar o eixo. Tinha um caminho a seguir, mas meus pés pareciam não reconhecê-lo.<br />- Porra, quanto tempo mulher!<br />O rosto era um sorriso só. O olhar, prazer. Olhei-me naquele olhar e meu corpo se encheu de chamas conhecidas.<br />- Não acredito! Menino, que prazer te encontrar.<br />- Estamos aqui outra vez, mais um carnaval. O bloco está na rua. Na verdade, estou voltando pra redação. Tinha uma entrevista marcada, mas o cara furou na última hora. Mas e tu, o que fazes aqui?<br />- Indo praquela livraria ali. Vamos tomar um café?<br />- Dá pra ser algo mais condizente com a minha condição de macho canalha? Ou você se esqueceu que me elegeu seu cafa de estimação? Que tal uma dose do néctar feito à base de malte escocês?<br />Sorri, encantada com a constatação: ele continuava o mesmo. Certos homens não conseguem ultrapassar o estágio da adolescência. Alguns perdem o tino. Este, consegue equilibrar-se na linha fina entre o ridículo e charme. Que fofo!<br />- Velhos tempos, velhos tempos. Hoje tou noutra. Ou melhor, sou outra. A vida me deu nova chance. Talvez para que eu recomece de forma diferente.<br />- Tou sabendo, mas não acredito. Saiu a Deusa Pagã e entrou a Madre Superiora. Radical demais, não achas?<br />- rs... nada disso. Mudei, sem dúvida. Sinto que atravessei uma fronteira. Ainda não sei definir onde estou, mas a minha essência continua a mesma.<br />- E a Deusa Loba, se foi para sempre?<br />- A Loba era puro erotismo, né? Acho que isso acabou. Nem literariamente a Loba existe. Aliás, não sei se ainda existo na escrita, já que quase tudo que escrevi tem como base o erotismo. Talvez eu precise me reinventar.<br />- Tá brincando! Fico puto - putíssimo - da cara com este teu pundonor literário. Você não é apenas isto. A Loba não pode morrer. Ela é parte fundamental da tua personalidade. Aliás, precisamos conversar com mais tempo sobre esta obstinação em negar a sexualidade. Que saco, pô!<br />- Claro. Qualquer dia deste a gente conversa.<br />- "<em>Ah, acho que estás te fazendo de tonta. Te dei meus olhos pra tomares conta e agora não sei pra onde ir</em>".<br />- rs... tá querendo que eu me sinta culpada? Tou me fazendo de tonta sim. Não sei se quero este papo. O que sei é que, no momento, só quero me preparar para a volta do Palimpnoia. Tá sabendo?<br />- Claro, já me falaram da boa nova. Mas tu vais mesmo voltar a escrever?<br />- Com certeza. Mudei, cara, de verdade. Mas escrever ainda é a minha centralidade.<br />- Então que este recomeço se faça. Mas que não te esqueças que temos um papo pendurado. Feito?<br />- Combinado.<br />- Vou cobrar. Agora me conta do Palimpnoia.<br />- Então, o grupo resolveu voltar a escrever. Escrever, simplesmente. Sem qualquer outra intenção senão a de curtir as letras e interagir com o leitor.<br />- Hum... as deusas estarão todas presentes?<br />- rs... claro! Aline Belle, Shirley P. e esta que vos fala. Mas também os nossos fiéis guardiões: Zequinha e Jens. O Palimpnóia completo!<br />- E quando será isso?<br />- Na primeira segunda feira de maio, dia 03. A cada segunda, um de nós postará um texto novo. Te vejo por lá, né?<br />- Sem dúvida. <em>Você é meu caminho<br />Meu vinho, meu vício<br />Desde o início estava você...<br /></em><br />E o papo foi esticando pra outras bandas, nem todas publicáveis. Mas o que interessa é que, apesar deste Café continuar em stand by, estou voltando. Eu, o Palimpnoia e meus companheiros palimpnóicos. A partir de 03/05, esperamos vocês aqui:<strong> </strong><a href="http://www.palimpnoia.blogspot.com/"><strong>PALIMPNÓIA</strong></a></div><div align="justify"> </div><div align="justify"><em><span style="font-size:85%;">* ondas feitas a quatro mãos</span></em></div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-5130387029087586162009-10-14T10:17:00.003-03:002009-10-14T10:27:01.720-03:00Nada será como antes<div align="justify"><em><strong>Milton Nascimento<br /></strong></em><br />Eu já estou com o pé nessa estrada<br />Qualquer dia a gente se vê<br />Sei que nada será como antes, amanhã<br />Que notícias me dão dos amigos?<br />Que notícias me dão de você?<br />Alvoroço em meu coração<br />Amanhã ou depois de amanhã<br />Resistindo na boca da noite um gosto de sol<br />Num domingo qualquer, qualquer hora<br />Ventania em qualquer direção<br />Sei que nada será como antes, amanhã<br />Que notícias me dão dos amigos?<br />Que notícias me dão de você?<br />Sei que nada será como está<br />Amanhã ou depois de amanhã<br />Resistindo na boca da noite um gosto de sol<br /><br /><br />Estou num momento em que o olhar está fixo no umbigo. Tenho motivos, é claro. Ainda assim, umbigo é chato pra caramba. Prefiro dar a vocês Milton e esta bela letra. Letra que foi feita nos anos de chumbo e que fala alto do meu passado. Letra também que me fala de agora. Nada será como antes, amanhã. Mas na boca da noite sempre existe um gosto de sol.<br />Estarei curtindo este gosto até que o sol brilhe alto. Tomara que seja um tempo sem demora. <br />Enquanto isso, fiquem com meus beijos. E o desejo de belos dias. </div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-90522088605934822362009-10-02T12:56:00.011-03:002009-10-02T22:24:24.118-03:00Ao som de violinos<div align="right"><strong><span style="color:#666666;"><em><span style="font-size:130%;">(Texto para o concurso sobre o 1º Encontro de Blogueiros)</span></em><br /></span></strong><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">Onde é que ficam guardados os sonhos?<br />No tempo da delicadeza, quando eu ainda não tinha um metro de altura, achava que havia um baú onde os nossos desejos ficavam aguardando a mão de peter pan ou a varinha de condão de uma fada qualquer. Com os centímetros me alongando e a esperança mudando de cor, descobri que desejos embauzados não se realizam. Desesperei. Tanto que saí atropelando os sonhos. Quanto mais eu corria, mais eles aumentavam - não sei se por gulodice minha ou por piscianice. Um dia, por algum milagre insondável, achei a medida certa. Passei a desejar profundo, contabilizar realizações e multiplicar esperanças.<br />Há uns seis ou sete anos, com os amigos de muitos verbos e nenhuma carne, um desejo vem crescendo: juntar todos. E seriam tantos que teria que ser num campo de futebol. Bem grande. Tipo mineirão ou maracanã. E transformar o gramado numa puta festa. Olhar nos olhos aqueles que fizeram e fazem parte do meu cotidiano de escrevinhadora. Abraçar com braços e coração aqueles que trocam letras, esperanças e sentimentos na telinha. Admirar com olhos de carinho os tantos que me encantam com sua poesia, em verso ou prosa. E me apaixonar ainda mais pelo ser humano!<br />Sonhos que se sonha só, são sonhos que se sonha só, diria Raulzito. Acreditando em meu ídolo, passei aos sonhos que se sonha junto. E de tanto buscar este desejo, encontrei vários parceiros na vontade da realização. Alguns, completamente desconhecidos. Nestes, guardo todas as expectativas. Outros - companheiros de flores, espinhos e amores - a quem reservo mãos, braços, pernas e toda a falação que couber em dois dias. E o grande organizador deste sonho, este que buscou parcerias efetivas e fez de São Francisco do Sul nosso ponto de partida para outros e novos vôos.<br />Não haverá mineirão, nem maracanã, nem gramado alegremente pisado. Não será o sonho completo. Ainda faltará atravessar ares e atlânticos, sertões e todas as fronteiras que formam este grande país. Ainda ficarão faltando carinhos a serem trocados, mãos a serem unidas. Mas este será o primeiro passo. E haverá festa. Muita festa. A beleza natural de Santa Catarina emoldurando sorrisos. E as obras da parceira-irmã Beti Timm. E o ressurgimento da Loba em versos. E toda alegria que couber nesta expectativa que rouba imaginação e minutos do meu dia-a-dia.<br />E ainda me perguntam por que é importante participar deste encontro? Isso lá é pergunta que se faça a uma blogueira encantada com interação, letras e paixão? Vou em busca de voar pelo teto, óbvio! E que os telhados sejam feitos de violinos vazando sons sobre todos nós! </div><p align="justify"><br /><br />***<br /><br />Porque vou cuidar para continuar maravilhosamente saudável e muito gulosa e toda encantada, ficarei fora durante alguns dias. Mas sempre que possível, estarei por aqui, por ali, por acolá.<br /><br />Um grande beijo a todos e ótimos dias. </p>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-87609935680785443382009-09-29T19:30:00.016-03:002009-10-05T20:24:24.948-03:00Tulipa roxa<div align="justify"><em>(mistério trazido lá do <strong><a href="http://linaldoguedes.blog.uol.com.br/">Zumbi</a></strong> e misturado às minhas alucinações. se preferir, pule direto pro texto anterior. é mais interessante)</em><br /><br />Antigamente perdia o chão. Agora perco o teto. Ando chão por demais. O teto anda longe, muito longe dos olhos dos meus dias. Como longe anda minha inspiração. Uma revolução anda se formando nas minhas vontades. A parte fálica quer se entregar ao todo messianismo da tulipa roxa. Posso imaginar tua cara de quem não sabe o que é isso. Também não sei. Sei que é mistério perseguido pelos homens. O que me faz pensar em uma profundidade afrodisíaca colorida de uva. Que gosto terá isso? Gosto de moulin rouge? Não quero levantar teses. Nem pensar em hipóteses. Penso em violinos no telhado. O som vazando pelo teto num convite à cama. Eu gueixa me entregando ao prazer de dar prazer. Mãos e bocas na avidez de ofertas e a calmaria na insubmissão. E o cálice se aprofundando na colheita do branco e seus prazeres. Desejos. Fuga desta realidade que achata as curvas da vida. Fica tudo tão linear que mais parece um stradivarius sem cordas pendurado na parede. Vou tomar banho. Depois navegar pelos nadas. Quem sabe hoje alcanço o teto. Ou me entrego de vez à vontade de tulipa roxa.<br /><br /><br />***<br /><br />Beijo. </div><br /><a href='http://blogblogs.com.br/api/claim/506423767/229077/170399' rel='me'> BlogBlogs.Com.Br </a>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-29154321082203467932009-09-23T16:46:00.003-03:002009-09-23T16:55:51.378-03:00Concurso de Produção de Texto<div align="justify">Dia destes, num destes posts passados, eu disse isso:<br /><em><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;">Sabe aquele sonho de olhar nos olhos quem faz parte do nosso dia-a-dia? Isso pode ser realidade. Podemos nos sentir, nos curtir e ainda participar da exposição das obras de <strong>Beti Timm</strong> e do lançamento do livro da <strong>Loba</strong>.</span></em> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Estava fazendo um convite para o 1º Encontro Nacional de Blogueiros. Mas parece que não sou muito boa em marketing. Então hoje vou voltar a falar. Agora de uma nova vertente que se abriu!<br /><em><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;"><br />Você já pensou em participar deste encontro inteiramente de graça? É possível. Mas para isso você terá que se inscrever no Concurso de Textos que os patrocinadores do evento estão fazendo. Eis as informações:<br /><br /></span></em></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Inscrição:</strong> qualquer pessoa pode participar, desde que tenha um blog. Não há taxa de inscrição, basta inscrever-se no <strong><a href="http://bethosides.blogspot.com/">BLOG DO BETHO</a></strong>. Deixe lá seu nome, o endereço do seu blog e quando pretende publicar seu texto.<br /><strong>Tema do texto:</strong> Porque pra mim é importante participar do 1º Encontro Nacional de Blogueiros.<br /><strong>Tamanho:</strong> no mínimo 25 linhas<br /><strong>Período:</strong> de 25 de setembro a 10 de outubro às 17 horas<br /><strong>Publicação:</strong> no blog individual do participante </div><div align="justify"><strong>Prêmio:</strong> passagens aéreas de qualquer lugar do país (ou de ônibus para quem mora próximo a São Francisco do Sul), traslado do aeroporto ou rodoviária para a pousada e vice-versa, hospedagem, transporte para os eventos agendados, alimentação e participação em todos os eventos. </div><div align="justify"><strong>Comissão Julgadora:<br /></strong>José de Arruda Almeida Filho - Profº de língua portuguesa-SP<br />Maria dos Santos Rodrigues Paiva - Profª de Ciências da Informação - SP<br />Ricardo Lima Sobrinho - Publicitário - SC<br />Wanderley Pires Raulino - Profº de Comunicação - SC<br />Adelaide Martinez Fraga - Profª de Informática - MG<br />Adalto Freitas Filho - Profº de língua portuguesa - MG<br />Glória Maria Pereira - Jornalista - RJ<br />Hamiltom Guimarães - Jornalista - RJ<br />Hugo Weiss - Jornalista - RS<br />Claudete Freivang Motta - Profª de Comunicação-RS<br /><em>A Comissão Julgadora visitará cada blog inscrito e fará sua escolha levando em consideração o tema, a correção ortográfica e gramatical, a estruturação e literariedade do texto.<br /></em><br />Fala a verdade: não vale a pena participar? Vou nessa, claro! E quero muito ter você comigo. Esqueça a autocrítica e arrisque! Quem não arrisca não petisca, né?<br /><br /><em><strong>Agora, minha justificativa:</strong></em> sabe por que estou insistindo tanto neste encontro? Porque quero muito olhar nos olhos e abraçar e beijar e tagarelar dois dias com você. É, com você mesmo. Você que troca palavras comigo, que escreve textos que mexem comigo, que comenta os meus textos ou você que apenas me lê em silêncio. Imagina o quanto será bom falarmos sobre tudo que nos vêm à cabeça quando lemos os textos um do outro. Ou o que nunca temos oportunidade de dizer. Ou fazer. Ou sentir.<br /><br />Enfim, estou contando com você. Se tiver alguma dúvida, me escreva: <a href="mailto:euzapn@uol.com.br">euzapn@uol.com.br</a>. Ou telefone. Ou venha aqui! </div><br /><br /><strong>Beijos muitos.</strong>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-25437768415210355022009-09-22T10:06:00.009-03:002009-09-22T20:52:56.913-03:00Sentires<div align="justify">Um dia ele chegou com um peixe nas mãos. E se ofereceu pra descamá-lo e levá-lo à mesa. Me perdi ali, contemplando mãos enormes deitando delicadezas na carne branca. Mãos muito mais ágeis que as minhas. No rosto, um sorriso de felicidade insuposta. Preparar o alimento, servi-lo, sentar-se junto para comê-lo teve um quê de orgasmo. Como se parte da vida estivesse fluindo ali. E fosse levada pra cama com a satisfação garantida.<br /><br />***<br /><br />Da despedida escorriam sentimentos insuspeitos. Olhávamos um ao outro. Parecia que olhar não bastava. Era um contemplar contínuo, como se piscar fosse perder a vida. A vida daquele instante. Não havia dor. Havia a evaporação do coração.<br /><br />***<br /><br />Mal entrei, vi a menina. Únicos olhos fora dos óculos escuros. Olhar perdido no fundo do salão. Sem ver ninguém. Talvez nem à sua dor. Perder mãe é uma ficha que demora a cair. Perder mãe é um desvio de rota quase fatal. É injusto que num coração pequeno tenha que caber tanta falta. Mas ela, como eu, seguiria seu caminho. E aprenderia que amor não é dado de graça. Só amor de mãe. </div><br /><br /><br />***<br /><br />Permanecem os convites do post passado. E meu entusiasmo com o primeiro filho de papel!<br /><br />Super beijos.Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-17365841760836423982009-09-18T08:14:00.008-03:002009-09-19T06:37:28.113-03:00*de pedras e de mimgosto de frases tontas<br />doentes de pedras<br />da fala<br /><br />gosto que assanhem borboletas<br />lagartos e pontes<br />em caminhos de nadas<br /><br />gosto que se enrosquem<br />e sejam o tudo<br />nos desertos de mim<br /><br /><br />*<em>(Continuo caminhando e cantando e comendo e brincando com palavras alheias. Outra vez o </em><a href="http://blog.boscosobreira.com/"><em><strong>Bosco</strong></em></a><em> assanhou qualquer coisa em mim. Vale a pena se deixar contaminar por ele. Eu garanto!)</em><br /><br />***<br /><br /><span style="font-size:130%;"><strong>Vou refazer dois convites:</strong><br /></span><br /><strong><span style="font-size:130%;"><em>Pão e Poesia</em></span></strong> – seja presença, alento, alimento no café da manhã de muitas famílias. É de graça. Basta ter um gesto de poesia. <a href="http://www.paoepoesia.org/"><span style="font-size:130%;"><strong>Aqui.</strong></span></a><br /><br /><strong><em><span style="font-size:130%;">Encontro Nacional de Blogueiros</span></em></strong> – sabe aquele sonho de olhar nos olhos quem faz parte do nosso dia-a-dia? Isso pode ser realidade. Podemos nos sentir, nos curtir e ainda participar da exposição das obras de <strong>Beti Timm</strong> e do lançamento do livro da <strong>Loba</strong>. <a href="http://bethosides.blogspot.com/2009/08/ola-amigos_29.html"><strong><span style="font-size:130%;">Aqui.</span></strong> </a><br /><br />***<br /><br /><strong>Mil beijos. Café e pão de queijo!</strong>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-6134564075693854242009-09-16T07:11:00.017-03:002009-09-16T12:48:56.542-03:00Sentidos Gozosos<div align="justify">A Loba não morreu?<br />Que eu saiba, foi-se! E deixou até epitáfio!<br />Mas para uns (como o Zequinha diz no texto anterior) ela não está esquecida. Para estes uns ela revive. Em livro.<br /><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SrC77R6InsI/AAAAAAAAAG4/QYjsTjpm9WQ/s1600-h/022png.png"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 279px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382008181801656002" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SrC77R6InsI/AAAAAAAAAG4/QYjsTjpm9WQ/s400/022png.png" /></a><br /><strong>Sentidos Gozosos</strong> é a reunião dos poemas eróticos que fizeram o tempo da Loba. É dedicado a todos que com ela interagiram, com citação nominal de suas grandes e mais antigas paixões, masculinas e femininas. Tem arte da capa feita por <a href="http://facesdeeva.blogspot.com/"><strong>Beti Timm</strong></a>, parceira-amada-irmã, prefácio de <a href="http://linaldoguedes.blog.uol.com.br/"><strong>Linaldo Guedes</strong> </a>e contracapa de <a href="http://cemiteriodenavios3.blogspot.com/"><strong>Wilson Guanais</strong> </a>– dois poetas-musos e paixões eternas da Loba.<br /><br />O livro começa com a Loba se apresentando:<br /></div><div align="right"><span style="font-family:georgia;"><em>sou lua<br />- nua –<br />em quarto-crescente<br />(não sei se de saturno<br />ou grávida de tesão)</em></span><br /></div><div align="left">Tece erotismo em várias páginas e lá pelas tantas diz:<br /></div><br /><div align="right"><em><span style="font-family:georgia;"><strong>anal<br /></strong><br />adaga afiada<br />no suco<br />dos meus espasmos<br />é pássaro fálico<br /><br />transforma em trinados<br />quentes<br />líquidos<br />orgásticos<br />os gritos da carne</span></em></div><div align="left"><em></em><br />E finaliza:</div><div align="right"></div><div align="right"><em><span style="font-family:georgia;"><strong>epitáfio</strong><br /><br />na pouca placidez das letras<br />na louca lucidez da luxúria<br />jaz a musa<br />pássaro-fêmea dos voos poéticos<br /><br />amou<br />profanou<br />voou<br /><br />pousou no teto do poema</span></em></div><div align="justify"><br />Pensa que é só? O livro vai ter lançamento, claro! Ainda não está confirmado, mas provavelmente será aqui: </div><div align="justify"><br /></div><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SrC6-jDdXvI/AAAAAAAAAGw/UPjmc8NnHBc/s1600-h/P73364851673781.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 329px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382007138432147186" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SrC6-jDdXvI/AAAAAAAAAGw/UPjmc8NnHBc/s400/P73364851673781.jpg" /></a> <p></p><p align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">Importante:</span></strong> independente do lançamento, o encontro acontecerá! A programação está <a href="http://2.bp.blogspot.com/_o9Jl6_ks9Bg/SqAFxg1FmiI/AAAAAAAAAG4/6VKCq-lP6xE/s1600-h/P73365337848453.jpg"><strong>AQUI</strong></a> e maiores informações no <a href="http://bethosides.blogspot.com/"><strong>Blog do Betho</strong> </a>- organizador e grande incentivador do evento. </p><p>Vamos nessa???</p><p>***</p><p></p><p>Beijos e carinho!</p><p></p>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-27391614106632230862009-09-14T11:19:00.011-03:002009-09-14T15:25:08.777-03:00De cores e animais<blockquote><br /><p align="justify"><span style="font-size:85%;">Dizem que todos os animais, os irracionais e os conhecidos como racionais, têm suas cores de preferência e as que os representam. Eu sempre disse que a minha cor era o vermelho; pelas preferências pessoais, pelas coincidências que sempre a colocaram em minha vida e até mesmo pelo meu signo astrológico, Áries, que é o Deus da Guerra - ou Marte - o planeta vermelho. E também as pessoas importantes em minha vida, de alguma forma, sempre se apresentaram ligadas a ela.<br />Dizem também que todos os animais (os irracionais e nós, que nos autodenominamos racionais) têm seus animais totêmicos - animais que os representam em suas vidas. No meu caso, sempre me senti dividido entre dois: o cavalo e o tigre - ambos pela coragem, pela combatividade e pela elegância do porte. Não que eu carregue comigo esses predicados! De alguns anos para cá, embora sentisse crescer minha admiração pelo lobo, caçador inteligente, astuto e corajoso, não consegui senti-lo como um dos "meus animais"; pelo contrário, sempre admirei suas qualidades relacionadas especialmente a uma grande pessoa, que pouco a pouco foi conquistando enorme importância em minha vida. E que, como eu, também fez do vermelho a sua cor de referência.<br />Durante muito tempo ela, seu animal totêmico e sua cor de referência se confundiam e se mostravam ao mundo através das faces da Loba, que com sua força foi se impondo e assumindo todos os papéis (pelo menos aqueles que eram mostrados ao público). Cansada dessa imagem ela resolveu dar um basta e liquidar de vez com esse inteligente, astuto e manhoso animal, dando a conhecer a mulher que carrega consigo todos os predicados humanos, animais e de sua cor de referência.<br />Assim ficamos privados do vermelho e da Loba! Nada perdemos, pois ainda a tínhamos conosco e a essência individual jamais será mudada.<br />Ela nos ofereceu um delicioso recanto, com livros e um aromático café, onde poderíamos privar de deliciosos momentos com um pouco de tudo... até mesmo um pouco de bobagem (embora eu não tenha encontrado nenhuma por lá).<br />Ela só não contava com o animal totêmico da Loba: a fênix!<br />O gostoso recanto onde parávamos para um café e um papo, foi sendo tomado, pouco a pouco pelo vermelho! Primeiro foram as letras: vermelhas sobre fundo branco. Ficou bonito, eu sei! Todos gostaram! De certa forma, elas ainda nos lembravam a Loba. Agora, o vermelho tomou conta da recepção, onde tínhamos uma pequena estante com alguns livros e o café quentinho e cheiroso que iria nos reconfortar. Hoje encontrei uma espessa cortina vermelha... sinal de que a fênix não permitiu (mais uma vez) a morte da Loba! Ela está lá, eu sei!<br />Guerreira astuciosa, ela não se esconde, mas se camufla atrás do vermelho, deixando, entretanto, seus sinais, suas marcas, que todos nós podemos reconhecer. E através deles sabemos que ela ainda luta para retornar. Talvez modificada, talvez não se impondo sobre a Euza, talvez em seu próprio espaço. Mas ela ainda está lá, eu sei! O meu cavalo escoiceia o ar e o meu tigre se assanha, ansioso e inquieto quando a pressentem.<br /></span><br /><a href="http://janelasdozeca1.blogspot.com/"><strong><em><span style="color:#cccccc;">Zeca - Blog (in stand by) Janelas do Zeca</span></em></strong><br /></a></p></blockquote><br /><br /><br />Amei receber este texto - exatamente assim: com fundo vermelhão. Por ter sido escrito por um amado, por ser um belo texto, porque vermelho é o meu sangue e por lembrar-assanhar um tempo de paixão. Então, por ter amado tanto, fiquei cá a pensar: será que esta tal Loba vai criar asas e virar fênix? Quem sabe isso quer dizer amor! Vai saber...<br /><br />Um beijo e todos os perfumes de uma florida semana.Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-74049197915464872882009-09-10T18:23:00.003-03:002009-09-14T09:54:50.290-03:00navegante<div align="justify">enquanto maioria dos passos<br />jogam dados trocados<br />e seus verbos<br />passeiam ondas futuras<br />navego presente<br /><br />pego lemes que se perdem<br />refaço traços de velas<br />rio águas correntes<br /><br />ainda que meu arco<br />desafine sentidos da correnteza<br />jogo dardos<br /><br />acerto mentes e peles e azuis<br />me acendo<br />longe de águas paradas<br /><br />***<br /><br />Ando me equilibrando sobre saltos cansados. Correndo aqui, ali, sendo várias onde quero ser apenas uma. Um dia paro. Paro na literatura. (Assim seja)<br />Até lá, fico assim. Quase não andando pelos caminhos que gosto, mas insistindo sempre na vontade da colheita. Amigos são árvores frutíferas. Vocês são.<br /><br />Beijos!<br /><br />PS. Insisto no convite: participem do projeto Pão e Poesia. Serão aceitas inscrições de qualquer parte do mundo – desde que os poemas sejam em língua portuguesa. Contamos com todos! </div><br /><br /><strong><span style="color:#999999;"><span style="font-size:130%;">Outros versos:</span><br /></span></strong><br /><strong>Zequinha </strong><br /><br /><em><strong>Nau dos sonhos teus (meus)<br /></strong></em><br />Enquanto navego em teus sonhos<br />sou fácil alvo dos teus dardos<br />mesmo com o constante sobe e desce<br />das ondas passadas e das futuras<br />entre desafinadas correntezas<br />minha pele azul e mente sorridente<br />se acendem diante de teu sorriso<br />prenunciando teu sabor meu castigoPassageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-86074618747673793512009-09-03T10:44:00.003-03:002009-09-04T05:58:11.634-03:00Pão e Poesia 2009<div align="justify">Existe uma velha teoria de que o povo gosta de qualquer coisa. Teoria cretina. Já está provado que o gostar de um povo está diretamente ligado às oportunidades que lhe são oferecidas. Talvez interesse a algumas classes obliterar o espírito crítico e a capacidade contestadora do povo, oferecendo-lhe oportunidades reduzidas de conhecimento e cultura, como bem fazia César, imperador romano, com sua política de "pão e circo". Mas existem outras classes interessadas em oferecer mais do que fogo fátuo. E é de uma destas classes, especificamente, que quero falar. A classe dos poetas, aqueles que acreditam que pode se fazer a revolução através do conhecimento, da cultura, da Poesia.<br />Em 2007, um destes poetas resolveu ir um pouco além desta crença. Arregaçou as mangas e saiu em busca de reverter a expressão romana "panis et circencis" - e não apenas porque é uma alusão preconceituosa em relação à bela arte do circo. Que o pão é nosso alimento básico já está comprovado. Mas o poeta quis também provar que na diversão pode se incluir conhecimento, contestação, ativismo e cultura. <strong>Diovvani Mendonça</strong>, o poeta do "<a href="http://www.diovmendonca.blogspot.com/"><strong>Poeminhas para matar o tempo e distrair dor de dente</strong></a>", fez-se presente no seu tempo e levando a sério sua crença de que é preciso "dar uma injeção de poesia nas artérias da realidade", colocou a Poesia na mesa do café da manhã da população de uma grande cidade mineira chamada Contagem.<br />O projeto Pão e Poesia é maravilhosamente inovador. E de um valor tão grande à cultura que precisa continuar. A proposta agora não é diferente. Este ano, o projeto está sendo viabilizado por meio do 1º Prêmio Pontos de Mídia Livre do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura (MINC) em parceria com o Instituto Aprender Profissionalizar (organização não governamental), sediado em Belo Horizonte. Trata-se de entregar o pão usando saquinhos de papel, onde serão impressos os poemas selecionados, para toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte.<br />“Além de incentivar a leitura e a produção de textos poéticos entre os cidadãos, nosso objetivo é também conscientizar e incentivar os proprietários de padarias na redução do uso de sacolas plásticas”, enfatiza Diovvani.<br />Mas Diovvani, o nosso poeta inovador, não quer apenas divulgar a Poesia. Quer também, e principalmente, divulgar a poesia que se faz à margem das grandes editoras e dos meios de comunicação de massa. Para dar sustentação ao projeto, convidou alguns poetas novos para criar o grupo. Um grupo, no qual orgulhosamente me incluo, formado por poetas blogueiros que se encarregam de multiplicar a idéia. E a idéia é ampliar o número de poetas e poemas, divulgando o projeto e convidando a todos para dele participar.<br />O regulamento para participação poderá ser lido nos seguintes endereços: <a href="http://www.paoepoesia.org/"><strong>www.paoepoesia.org</strong></a> e <a href="http://www.iaprender.blogspot.com/"><strong>www.iaprender.blogspot.com</strong></a> , mas já adianto algumas informações:<br />- As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail <a href="mailto:paoepoesia2009@gmail.com"><strong>paoepoesia2009@gmail.com</strong></a> até o dia 30 de setembro (quarta-feira) de 2009. Ou pelos Correios, com data de postagem até o dia 25 de setembro.<br />- Poderão ser inscritos apenas três poemas, em quaisquer destas categorias:<br />*Haicai: poemas de três versos<br />*Trova: poemas de quatro versos<br />*Soneto: poemas de 14 versos<br />*Verso livre: poemas de até 30 versos<br /><br />Então, está feito o convite. Venha participar conosco deste belo projeto! </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><br /><strong>Beijo e ótimos dias!</strong></div><div align="justify"></div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-90333513945810720842009-09-01T08:18:00.004-03:002009-09-01T09:13:33.083-03:00Resgate<div align="justify">Suas mãos cortavam o ar com ferocidade. Acabara de sair de uma delegacia onde o filho estava sendo acusado de assalto à mão armada. O filho que ele ainda via como criança, a quem dava as melhores roupas, a melhor escola. Os olhos marejavam uma mistura de tristeza e raiva. Ao terminar, o olhar pousou no chão. Como se sentisse vergonha do sofrer. E era vergonha. Todos ali se envergonhavam do que viviam. Ter um filho drogadito era como um atestado de incompetência pregado na parede da sala.<br />A história corria entre eles como faca ameaçando peitos e almas. Era a primeira do dia. A primeira sempre os pegava desprevenidos – como se a maioria ali não vivesse suas histórias elípticas.<br />A segunda história não foi melhor. Mas já não os abateu. Ao contrário, começou a provocar o mexer nas cadeiras. Ter uma faca colocada no pescoço, pelas mãos de uma filha, é como cair no mais profundo do poço. A mãe não soube o que fazer além de sentir o suor do medo descendo-lhe pelo rosto. Desconhecia a garota de 15 anos tanto quanto conhecia a faca tirada da gaveta da cozinha. A faca ela sabia ser afiada. A filha já não tinha limites previsíveis. Deu-lhe o que pedia e ficou dois dias esperando qualquer notícia – a melhor ou a pior.<br />De histórias em histórias chegaram à coordenadora. Ela tinha a garganta travada. Tanta miséria humana às vezes a paralisava. Mas era preciso começar a dinâmica. E dar àquelas famílias algo que estivesse além da desesperança.<br /><br />São assim as reuniões de grupo familiar da associação que cuida de menores usuários de drogas e suas famílias. Ouvir as famílias, entender seus dramas e buscar orientá-las é essencial para que possam trabalhar com os pequenos e reinseri-los na sociedade. Não importa saber de culpas, mas de responsabilidades. São famílias de classes sociais variadas. As drogas deixaram de ser fuga da fome. Passaram a ser o paliativo para desajustes familiares e sociais de todas as classes.<br />Esta associação é apenas um ponto que brilha no imenso universo de carências sociais do país. Outros pontos já existem e juntos fazem um elo de esperança. Cobrar do Estado é uma obrigação do cidadão, mas esperar de braços cruzados é uma forma de omissão. É sempre possível fazer algo – mesmo que indiretamente – a favor da Vida. Nem que seja pensando na própria integridade. Na própria vida.<br /><br />***<br /><br />Sou uma mãezona assumidíssima. Basta um filho dar um grito e já estou eu ao seu lado. Se o grito vem de um bebezuco lindo, minha pressa é multiplicada por dois. Por isso andei sumida. A Cris e seu bebezinho me chamaram. Virei duas, mas não sobrou tempo pro mundo dos blogs - apesar da saudade que senti.<br />Enfim, estou de volta, ainda que devagar. E desejo a todos uma ótima semana!<br /></div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-77604054746452740602009-08-21T15:32:00.015-03:002009-08-28T23:10:21.734-03:00feito seta<div align="justify">veja<br />estou verso sem limites<br /><br />entretanto<br />não sou poeta<br />(também não sou triste)<br /><br />sou língua afrodísea<br />feito seta<br />mirando a pele da palavra<br />em suas incursões literárias<br /><br />veja<br />e venha fazer a ponte<br />entre minhas fontes<br />e tua inspiração em riste<br /><br />***<br /><br />É, não sou poeta. Mas sou alegre, ainda um tantinho erótica e louca por poesia. E ando com saudades do tempo em que poetar era uma brincadeira coletiva. Então, fica o convite. Poete e venha me fazer companhia.<br /><br /><strong>Beijos. Um tanto!</strong><br /><br />PS. Obrigada a todos que comentaram o texto passado e se preocuparam comigo. O texto foi genérico. Não sofri nenhuma perda recente. Nem pretendo. Mas perdas andam junto com ganhos. O segredo é saber equilibrar-se entre um e outro, ainda que desequilibrando-se. Afinal, desequilibrar-se é o estágio anterior e propulsor do equilibrar-se!<br /><br />***<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;"><span style="color:#777;">Outros Versos:</span><br /></span></strong><br /><strong>Laços e Nós</strong><br /><a href="http://reflorescer.blogspot.com/"><em><strong>Jacinta Dantas</strong></em> </a><br /><br />Na ansiedade de desfazer as amarras que me prendiam,<br />desamarrei os nós e me senti solta.<br /><br />Mas, no caminho que fiz,<br />nós e laços foram se entrelaçando e,<br />confusa,<br />não conseguindo distinguir um do outro,<br />acabei desfazendo, também,<br />muitos laços importantes. </div><br /><br /><strong><em>Zequinha</em></strong><br /><br />você<br />não está<br />você é<br />poeta<br />portanto<br />verso<br />sem limites<br /><br />também<br />não é<br />triste<br /><br />tua seta<br />acerta<br />certeira<br />palavras<br />e peles<br />corações<br />e mentes<br /><br />também<br />desperta<br />o tesão<br /><br />transforma<br />leitores<br />em poetas<br />sem setas<br />sem lanças<br />com o Ego<br />em riste<br /><br /><a href="http://cantodaboca.blogspot.com/"><strong><em>Boca</em></strong><br /></a><br />Ilimitado<br />é o alvo dessa seta<br />ainda que ela se faça<br />musa<br />inspiração<br />ou meta<br /><br />subjaz<br />na sua escrita<br />a poesia<br />a prosa<br />a rima<br />e a métrica<br /><br />é língua<br />insaciável<br />a sorver<br />poemas<br />não importam<br />os temas<br /><br />ela foi e será<br />de vários mundos<br />a ponte<br />e nunca em nehum tempo<br />a inspiração<br />secou a fonte<br /><br /><em><strong><a href="http://umbigodosonho.blogspot.com/">Adelaide Amorim<br /></a></strong></em><br /><strong>correio<br /></strong><br />vem do trabalho às sete<br />na caixa do correio<br />as mãos cheirando a rosas<br />e o pensamento molhado de mensagens<br />recolhe contas<br />comunicados bancários e alguns volantes<br />publicitáriosPassageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-79316917760033958402009-08-19T08:08:00.002-03:002009-08-19T08:53:22.507-03:00Reconstrução<div align="justify">Algumas dores são sempre desestruturantes. Perder um ente querido é uma delas. Não apenas pela perda em si, sobretudo pelas outras perdas que vêm com ela. Perda de certezas, perda de ilusões, perda de nós mesmos.<br />Nunca estamos preparados para perder. Este é um verbo que não conjugamos – talvez por medo de encará-lo de frente. E por não estarmos preparados, mesmo as perdas anunciadas criam um abismo em nós. Perdemos o chão. E nos sentimos em queda livre. O mundo parece girar em sentido contrário. As vontades viram pássaros nórdicos - mudas. Viramos sobreviventes dos minutos. Cada um deles nos parece tão imenso que a eternidade se faz presente. Uma eternidade nebulosa. Difícil de ser rompida.<br />Enquanto isso, a vida nos cobra atitudes. São outras pessoas que dependem da nossa força, é o trabalho que nos olha com cara feia, é a poesia que tumultua nossa alma. Olhamos para tudo isso como se estivéssemos prestes a ser massacrados. Não há força para o primeiro passo. Mas é preciso haver. E fingimos ter o que há muito perdemos.<br />Este esforço quase sobre-humano não nos ajuda. Parece que só nos debilita – nós que um dia nos sentimos super-homens. E vamos nos arrastando, como se viver fosse carregar o mundo num universo de dores e alguns rancores. Até que os pés cobram o chão. E acordamos. E descobrimos a necessidade de reconstruir nossa história. Sem o ente querido. Sem as fantasias de eternidade que embalamos. Sem a ilusão de paz e amor e amizade que imaginamos. Sem o dó de nós mesmos. Passo a passo vamos de encontro à vida - porque ela, a vida, não acolhe derrotados. Vamos com uma nova força. A força da sobrevivência. Se não por nós, por quem nos ama, por quem amamos.<br />Assim, caminhamos. Assim devemos caminhar. </div><br /><br />***<br /><br />Beijo, pessoal!Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-29321861300992923692009-08-15T10:54:00.003-03:002009-08-19T08:06:04.892-03:00É o amor!<div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;color:#aa0000;">o amor e seus laços<br /></span></strong><br />no princípio<br />é disparador de fantasias<br />em ponto de fervura<br /><br />(dispensa crenças<br />ignora coerências)<br /><br />depois<br />é rio de afluentes<br />em temperatura ambiente<br /><br />(aceita intermitências<br />acolhe diferenças)<br /><br />um dia<br />cria rimas<br /><br />e vira consonância<br /><br />***<br /><br /><span style="color:#aa0000;"><strong><span style="font-size:130%;">o amor e seus nós</span></strong><br /></span><br />achavam que se amavam. tanto que doía e enlouquecia. mas se perderam. não sabiam onde nem quando nem porquê. e não buscavam saber. eram dois lagos de mágoas. entre um e outro escorriam palavras e olhares e ódios. dia sim no outro também. e os filhos boiavam nestas águas turvas. mas achavam que se amavam. apesar do outro. apesar da outra. apesar do secreto de cada um. e jogavam as soluções para o dia seguinte. sem investimentos. como se o amanhã fosse o milagre. nenhum dos dois cedia. e achavam que não perdiam. e os filhos perdiam. e se perdiam. dia sim no outro também.<br /><br />***<br /><br />Lindos dias pra vocês. Beijos amorosos. </div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-23309829092866408222009-08-12T10:46:00.008-03:002009-08-19T08:06:52.178-03:00ecossonância<div align="justify"><br />homens e pássaros<br />se confundem<br />nos ninhos<br />nos frutos<br />nas dores<br /><br />entre pássaros<br />há afeto<br />pela árvore madura<br /><br />nos homens<br />os lucros<br />apagam o futuro<br /><br />***<br /><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="color:#aa0000;"><strong><span style="font-size:130%;">Fruta madura</span></strong><br /></span></span><br />Todos os dias ele me aparecia com uma fruta madura. E me oferecia. Dividíamos a polpa, o suco e às vezes as sementes. Ele me contava das garotas da faculdade e eu sorria. E cortava o papo sempre quando ele insinuava alguma comparação.<br />Um dia, resolvi que o compartilhar estava ficando muito íntimo. E levei um bolo. O compartilhar foi com todos os funcionários. Ele não disse nada, mas o rosto se fechou. Fingi não perceber e fizemos uma grande festinha.<br />No dia seguinte não teve fruta. Nem no outro. Chamei-o. Ele me disse que não sabia fazer bolo. Deu vontade de rir. Fui mais fundo e descobri: ele queria ser especial. Os motivos eram óbvios, mas preferi fingir não entendê-los. Dei-lhe um sorriso de mãe e passei a levar frutas para todos. Vez em quando, Bina faz um bolo. Outras vezes, compro pão de queijo. Não me olha mais de jeito atrevido. Mas olha nos meus olhos e sorri divertido. Como todo garoto deve fazer. <br />(Nem toda fruta madura está para ser comida!)<br /><br />***<br /><br /></div><div align="justify">Um beijo em cada um dos meus amados leitores - inclusive os silenciosos!</div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-24786018140785178002009-08-08T08:37:00.011-03:002009-08-19T08:08:38.293-03:00Prosa e verso<div align="justify"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#aa0000;">vertigem<br /></span></strong><br />quando seus passos<br />descompassam<br />minha lucidez<br /><br />o coração<br />dá nó<br />nas antigas certezas<br />os pés<br />validam<br />a beira do abismo<br /><br />viro caos<br /><br />e submerjo<br />na falta de gravidade<br />do meu querer-despencar<br /><br /><em>(Tenho mania de roubar a inspiração alheia. Às vezes isso me incomoda. Quase sempre me lembro de Lavoisier e toco em frente. O poema acima é exemplo disso. Ousadamente, misturei o que li em <a href="http://pretensoscoloquios.zip.net/"><strong>Dora Vilela</strong> </a>e <a href="http://alberguenoturno.blogspot.com/"><strong>Edílson Pantoja</strong></a> e deu nisso. Trouxe deles a inspiração sem, no entanto, conseguir a competência. Mas sou eterna aprendiz. Um dia quem sabe aprendo. Ou recolho a minha ousadia.)<br /></em><br />***<br /><br /></div><div align="justify"><span style="color:#aa0000;"><span style="font-family:verdana;"><strong><span style="font-size:130%;">Rafa </span></strong></span></span></div><div align="justify"><span style="color:#aa0000;"><span style="font-family:verdana;"><em><span style="font-family:trebuchet ms;">(um raro final feliz)</span></em><br /></span></span><br />Tentou me assaltar duas vezes, no mesmo cruzamento. Na primeira vez, seus dedos ficaram presos no vidro que fechei numa reação imediata de sobrevivência. Na segunda, me reconheceu. Virei tia e o assalto virou pedido de comida. Entre o medo e o desafio, levei-o a uma lanchonete. Escolheu o maior sanduíche e o devorou como um bichinho faminto. Só então percebi o brilho em seus olhos: medo. Não de mim. Do mundo. Atacava para não ser atacado. Durante duas semanas, almoçou comigo. Nenhum de nós se importou com os olhares à nossa volta. Um dia não apareceu. Voltou tempos depois com uma cicatriz no lado do rosto. De olhos baixos, esperou que eu o repreendesse. Dei-lhe comida. E o levei para a nossa associação.<br />Hoje ele faz aniversário. Vinte e um anos. Faz estágio na área de química industrial e no final do ano fará vestibular. Tem uma família resgatada, uma namorada, uma bicicleta e todos os sonhos do mundo.<br /><br />***<br /><br />Buquê de beijos e meu desejo de ótimos dias. </div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-46324712496114992602009-08-05T10:28:00.008-03:002009-08-07T13:38:29.911-03:00Reencarnação<div align="justify"><br />Entre um sono e outro, liguei a televisão. Passava um filme sobre reencarnação – um assunto que vez ou outra cai sobre mim, como se em meu passado longínquo existisse algo querendo se revelar. Como sou mais ligadona em presente, mudei de canal. Mas a reencarnação me perseguiu e buscou lá no fundo da memória o que um amigo místico me disse: <em>tu já foi uma prostituta do império austríaco</em>. Nunca quis acreditar nisso. Não por ter sido prostituta, mas ele tinha que me colocar num império? Ainda me soa como charlatanismo dos mais baratos. Minha memória o perdoa, porque amigo tem destas coisas de dourar a pílula.<br />Mas o papo é outro. É que ao desligar a televisão e buscar aquela posição que me levaria ao reino de Morfeu, o travesseiro me consolou: seja o que for que você tenha sido, não foi brasileira! Tomei um baita susto. Como assim não fui brasileira? O que meu inconsciente queria dizer com isso? Acabou o orgulho de ter a alma verde-amarela?<br />Larguei de mão estes pensamentos que ameaçavam trazer de volta a avalanche de crimes, injustiças e corrupções. Mergulhei minha mente na contagem de carneirinhos. É sempre infalível, embora eu nunca veja os tais carneirinhos. Desta vez, nem imaginando um rebanho australiano consegui desviar os pensamentos.<br />Acordei com as notas da Marselhesa dançando na cabeça. Nunca me lembro de sonhos, mas sempre ficam as impressões. Coisa da minha louca vontade de conhecer Paris, com certeza. O dia me chamava e a impressão do sonho sumiu. Mas ficou o som do travesseiro me consolando, como a me fazer promessas cheirando a perfume francês. Seria esta a felicidade que fazia o dia ficar mais novo?<br />Cheia de energia, tomei meu banho e me sentei à mesa do café. Com os jornais, claro. Estranhamente meus dedos ganharam autonomia e buscaram o horóscopo do dia: <em>cuidado com o que diz, hoje você precisa pensar mais do que falar</em>. Grande merda! Às oito e meia eu teria uma reunião onde minhas palavras seriam cruciais e definidoras. E nada simpáticas.<br />Descobri que a página de horóscopo era uma fuga. E enquanto eu brigava com meu lado covarde, as horas passaram, fechei o jornal e saí atropelando o tempo. Se nesta reencarnação minha sina foi nascer brasileira, então era hora de ir à luta. E matar o leão de cada dia. (Embora a vontade seja matar sarneis e rebanho ltda)<br /><br />***<br /></div><br /><div align="justify">No poema do post passado fiz uma crítica a quem vive de saudosismo. Mas que fique claro: a quem não sabe usar o saudosismo para alavancar ações no presente. Sou saudosista e adoro Maiakovski. Mas vou um pouco além. Sou cidadã do meu tempo.<br /><br />***<br /><br />Beijo, pessoas! </div><p><br /><br />Imagem que "catei" lá no blog do <a href="http://resumodachuva.blogspot.com/"><strong>Prof. Marcelo - Resumo da chuva.</strong> </a> Capa do Jornal carioca EXTRA:</p><a href="http://4.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SnxXqLhVzCI/AAAAAAAAAGg/k_D5ZwgV6JU/s1600-h/sarney_extra_2.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 177px; DISPLAY: block; HEIGHT: 303px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5367261238077541410" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_in7kZJNUC8k/SnxXqLhVzCI/AAAAAAAAAGg/k_D5ZwgV6JU/s320/sarney_extra_2.JPG" /></a>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-31186904476808435162009-07-31T09:09:00.005-03:002009-07-31T17:56:02.832-03:00verso e reverso<div align="justify">enquanto<br />alguns cantam maiakovski<br />lambendo o passado<br />num saudosismo de esquerda<br />e outros dependuram palavras<br />ilegítimas<br />em promessas verde-amarelas<br /><br />a fome<br />é foice nos dias do sertanejo<br />a violência<br />é cartilha dos abandonados<br />a indiferença<br />é mãe do individualismo<br /><br />a esperança<br />debate-se entre verso e reverso<br />e vira fantasia<br /><br /><br /><span style="color:#009900;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:verdana;"><strong>Fractais</strong> </span><br /></span></span><br />Ia eu perdida nos meus pensamentos doidos quando literalmente trombei num poste. A vergonha me tomou. Não olhei pros lados. Continuei andando como se nada tivesse acontecido. Onde já se viu uma mulher da minha idade e com o meu currículo de vida continuar trombando em postes? Ainda estava no final desta interrogação quando trombei novamente. Desta vez, o poste era gente. E sorridente. Foi o quanto bastou pra vergonha virar raiva. A gente era meu vizinho promotor. O mesmo que um dia bisbilhotou uma tal loba e sua coleção de indiscrições. A raiva terminou num café. Ele sabia mais do que deveria. Nunca se deve colocar à prova o silêncio de um promotor.<br />***<br />Ontem fiz o teste “<a href="http://educarparacrescer.abril.uol.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml"><em>Que livro é você</em></a>?”. Parece que sou “A paixão segundo GH”. Fiquei felizinha. Clarice Lispector é minha ídola. Mas fiquei preocupada com a explicação do resultado. Por que este livro? Porque este livro “<em>agrada a poucos, mas tem uma força única</em>”.<br />Confesso que gostei da idéia de ter uma força única. Mas agradar a poucos? Não é exatamente o <em>feed-back</em> que andei tendo. Ou serei aquele tipo de pessoa que vê apenas o que quer ver? Melhor pensar mal de mim a ter que entrar na vertente de ser apenas mais um número.<br />***<br />Minha casa está enorme. E de tão vazia dá eco. Será mesmo a casa? Faz apenas dois dias que minhas crias voltaram para seus ninhos. Parece que deixaram um buraco em mim. Estou ave sem asas.<br /><br />***</div><div align="justify"><br />Beijo! Belos dias a todos! </div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com24tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-19567523928816067942009-07-27T08:41:00.005-03:002009-07-28T07:44:38.114-03:00Laços e nós<div align="justify">vem lá de trás<br />onde deixamos os sentidos<br />um novo roteiro:<br /><br />fitas e laços<br />nós e nossos passos<br />em um mesmo querer-bem<br /><br />(o que foi amor<br />será sempre ternura)<br /><br /><br />***<br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#009900;"><strong>Bolsa de mulher</strong></span><br /><br />Nunca tinha usado o metrô. Acostumada que sou a ter meu popular como minhas 4 pernas extras, nem sabia onde era a estação. Mas tudo tem sua primeira vez e me obriguei a fazer o tal curso de fim de semana usando metrô.<br />No sábado pela manhã, a estação estava cheia. Milagrosamente, não houve empurra-empurra pra entrar, mas fui uma das últimas e só me sobrou um corredor lotado. Com minha imensa capacidade de dispersão, em alguns minutos já tinha me esquecido de onde estava. A mente passeava por outros cenários.<br />De repente, o celular berrou lá nos confins da bolsa. Acordei dos sonhos e fui em busca de pescá-lo. A mão direita vagou pelos quatro profundos cantos e nada de encontrá-lo. O som ficava cada vez mais alto e algumas pessoas já me olhavam. Mais tentativas de buscas infrutíferas. Mentalmente iniciei uma enxurrada de xingamentos. À bolsa, à mim, ao celular. Quando enfim o encontrei só consegui ver a mensagem de chamada não atendida. Ignorei e devolvi o aparelhinho ao seu confim. Me ajeitei entre os vários corpos que me cercavam e me preparei pra viajar novamente quando o bichinho voltou a berrar. Outra vez iniciei minha busca e outra vez a bolsa consumiu minha paciência. Desta vez, os olhares sobre mim aumentaram. E outra vez não consegui encontrá-lo a tempo de atender a tal chamada.<br />Olhei para o vizinho de rosto com um sorriso bobo: - <em>bolsa de mulher</em>! Ele riu e disse: <em>até hoje minha mulher não conseguiu me explicar porque insiste em ter bolsas tão grandes que mais parecem um poço sem fundo.</em><br />Também não sei responder a isso. Mas adoro bolsas grandes. Nem que seja pra perder tudo dentro delas.<br /><br />***<br /><br /><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:130%;color:#009900;"><strong>Ponto e Vírgula</strong></span><br /></span><br />Mesmo os mais entendidos no nosso idioma têm dificuldades com o uso da vírgula. Eu tenho. Inúmeras. Meu truque é usá-las em menor número possível. Quando pinta a dúvida, coloco um ponto e ponto!<br />Mas hoje descobri algumas regrinhas que podem ajudar. Confesso que não li tudo. Por preguiça. Mas estou colocando nos meus favoritos para quando eu estiver sintaticamente correta. E deixo pra quem quiser o link: <a href="http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u21.jhtm"><em>Vírgula - quando usar ou não.</em></a><br /><br />***<br /><br />Beijo, pessoal. Boa semana a todos. </div>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-71491602247861137312009-07-19T15:21:00.025-03:002009-07-23T17:16:53.300-03:00Poetando<div align="justify"><span style="font-size:130%;"><strong>nau-frágil</strong><br /></span><br />enquanto brincava de Ser<br />(barquinho de papel)<br />atracava os sentidos<br />num píer de ilusões<br /><br />até que os desejos<br />(gotejando fluidos)<br />assaltaram a razão<br /><br />joguei fora<br />os lemes do passado<br />passei a limpo<br />a identidade<br /><br />e naufraguei as certezas<br />na paixão<br /><br />***<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;"><span style="color:#78b749;"><span style="font-family:times new roman;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:arial;color:#78b749;">Proseando</span> </span></span></span><br /></span></strong><br />Não costumo conservar hábitos penosos. Quando percebo que um ou outro está me fazendo mal, jogo-o pra escanteio sem dó. Mas há um que sempre volta: ler jornais ao café da manhã.<br />Além do sacrilégio de misturar jornais aos quitutes que Bina cuidadosamente prepara, corro o risco de ter uma bela indigestão. E às vezes isso quase acontece. Diante das manchetes que brigam pela minha atenção, me vem a pergunta: será que o mundo não tem mesmo jeito? Antes de buscar qualquer resposta, fecho cada um deles, engulo a sensação de impotência e me preparo pra começar minha luta de formiguinha.<br />No dia seguinte, acontece tudo novamente. Talvez seja um masoquismo necessário. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />***</div><br /><br />Uma ótima semana a todos vocês. Muitos beijos!<br /><br /><em><strong>Update:</strong> fui informada de que "tenho outro blog", ou seja, encontraram outro blog de uma loba mulher. Não sou eu companheiros. Lobas existem e a loba de mim inclusive. Mas esta está adormecida ad infinitum!!!<br /></em>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com25tag:blogger.com,1999:blog-6489883804295799435.post-5795955954637558492009-07-12T17:58:00.005-03:002009-07-12T18:23:30.538-03:00Página de um velho diário<blockquote><p align="right"><span style="font-size:78%;">18/12/89</span></p><p align="justify"><span style="font-size:78%;">Acordei de ressaca. Enjoada, machucada, com um estranho sentimento de perda. Não, não perdi os sonhos. Mas custo a acreditar que Collor foi eleito. Apesar de todas as pesquisas e de todas as análises políticas, custo a acreditar. O Brasil não merecia este resultado.<br />***<br />Ao me olhar ao espelho, tomei o maior susto. Meus cabelos estão escandalosamente vermelhos. Não era pra ser assim. Duas horas no cabelereiro pra aumentar a auto-estima e saio com cabelos de fogo. Mais pareço uma tocha humana.<br />***<br />Quando saí pra trabalhar ele estava me esperando na calçada. Pele retinta de brilho negro e aquela avidez de olhar penetrando até meus pensamentos. Não me pediu nada. Nunca me pede nada. Segue ao meu lado como um cãozinho sem dono que segue alguém que não lhe chuta. Responde ao que pergunto e só.<br />Paramos na padaria. Tão pequeno ele é que apenas seus olhos ultrapassam a barreira do balcão. Segui-os, os olhos. Namoravam encantados uma barrinha de chocolate, como se fosse a felicidade inalcançável. Dei-lhe depois do café com pão. Não me agradeceu. Me olhou com o preto dos olhos nadando de choro alegre. Bobos, os meus olhos também nadaram. Ando à flor da pele. Não por causa do menino.<br />***<br />São onze da noite e as crianças já dormem. Saudade do Be (ou é apenas esta solidão comprida). Ainda não me acostumei com o vermelho dos cabelos. Mas diante do resultado das eleições, tudo fica pequeno.<br />No entanto... meu mundo é aqui e agora. Agora não, amanhã. Tenho que ser testemunha da Bina. Neste país ainda terá uma lei que punirá um homem - se depender de mim, faço até passeata pra que isso aconteça! Fico puta só de lembrar o que a pobre sofre com aquele marido. Meu medo é que depois desta denúncia ela sofra ainda mais. Mas tinha que denunciar.<br />Vou dormir. Tou me sentindo péssima. Pelo Collor, pelo menino, por Bina, pelos meus cabelos e por estas férias que nunca chegam. Ah, antes vou experimentar a nova lingerie. Vai que eu torça o pé e caia na rua. Ao menos a lingerie será nova. Credo, cada coisa que penso!</span></p></blockquote><p>Os anos passam, homens continuam batendo em mulheres (apesar da lei Maria da Penha), crianças continuam com fome (apesar do bolsa-família), Collor continua sendo eleito (apesar do <em>impeachment</em>). Só meus cabelos mudam de cor.<br /><br />Beijos a todos. E obrigada pela bela e calorosa recepção no post passado. </p><p></p>Passageirahttp://www.blogger.com/profile/13039394447144169548noreply@blogger.com17