navegante

enquanto maioria dos passos
jogam dados trocados
e seus verbos
passeiam ondas futuras
navego presente

pego lemes que se perdem
refaço traços de velas
rio águas correntes

ainda que meu arco
desafine sentidos da correnteza
jogo dardos

acerto mentes e peles e azuis
me acendo
longe de águas paradas

***

Ando me equilibrando sobre saltos cansados. Correndo aqui, ali, sendo várias onde quero ser apenas uma. Um dia paro. Paro na literatura. (Assim seja)
Até lá, fico assim. Quase não andando pelos caminhos que gosto, mas insistindo sempre na vontade da colheita. Amigos são árvores frutíferas. Vocês são.

Beijos!

PS. Insisto no convite: participem do projeto Pão e Poesia. Serão aceitas inscrições de qualquer parte do mundo – desde que os poemas sejam em língua portuguesa. Contamos com todos!


Outros versos:

Zequinha

Nau dos sonhos teus (meus)

Enquanto navego em teus sonhos
sou fácil alvo dos teus dardos
mesmo com o constante sobe e desce
das ondas passadas e das futuras
entre desafinadas correntezas
minha pele azul e mente sorridente
se acendem diante de teu sorriso
prenunciando teu sabor meu castigo

O café

Aqui se faz prosa, verso e a bobagem que pintar, em qualquer tempo e qualquer lugar - na página principal e nos comentários. Tudo com a marca registrada de mineira desvairada. Aqui, realidade e ficção são vice-e-versa. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos conhecidos pode não ser mera coincidência. Ou pode ser uma grande fantasia.

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"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo." Clarice Lispector