Laços e nós

vem lá de trás
onde deixamos os sentidos
um novo roteiro:

fitas e laços
nós e nossos passos
em um mesmo querer-bem

(o que foi amor
será sempre ternura)


***

Bolsa de mulher

Nunca tinha usado o metrô. Acostumada que sou a ter meu popular como minhas 4 pernas extras, nem sabia onde era a estação. Mas tudo tem sua primeira vez e me obriguei a fazer o tal curso de fim de semana usando metrô.
No sábado pela manhã, a estação estava cheia. Milagrosamente, não houve empurra-empurra pra entrar, mas fui uma das últimas e só me sobrou um corredor lotado. Com minha imensa capacidade de dispersão, em alguns minutos já tinha me esquecido de onde estava. A mente passeava por outros cenários.
De repente, o celular berrou lá nos confins da bolsa. Acordei dos sonhos e fui em busca de pescá-lo. A mão direita vagou pelos quatro profundos cantos e nada de encontrá-lo. O som ficava cada vez mais alto e algumas pessoas já me olhavam. Mais tentativas de buscas infrutíferas. Mentalmente iniciei uma enxurrada de xingamentos. À bolsa, à mim, ao celular. Quando enfim o encontrei só consegui ver a mensagem de chamada não atendida. Ignorei e devolvi o aparelhinho ao seu confim. Me ajeitei entre os vários corpos que me cercavam e me preparei pra viajar novamente quando o bichinho voltou a berrar. Outra vez iniciei minha busca e outra vez a bolsa consumiu minha paciência. Desta vez, os olhares sobre mim aumentaram. E outra vez não consegui encontrá-lo a tempo de atender a tal chamada.
Olhei para o vizinho de rosto com um sorriso bobo: - bolsa de mulher! Ele riu e disse: até hoje minha mulher não conseguiu me explicar porque insiste em ter bolsas tão grandes que mais parecem um poço sem fundo.
Também não sei responder a isso. Mas adoro bolsas grandes. Nem que seja pra perder tudo dentro delas.

***

Ponto e Vírgula

Mesmo os mais entendidos no nosso idioma têm dificuldades com o uso da vírgula. Eu tenho. Inúmeras. Meu truque é usá-las em menor número possível. Quando pinta a dúvida, coloco um ponto e ponto!
Mas hoje descobri algumas regrinhas que podem ajudar. Confesso que não li tudo. Por preguiça. Mas estou colocando nos meus favoritos para quando eu estiver sintaticamente correta. E deixo pra quem quiser o link: Vírgula - quando usar ou não.

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Beijo, pessoal. Boa semana a todos.

O café

Aqui se faz prosa, verso e a bobagem que pintar, em qualquer tempo e qualquer lugar - na página principal e nos comentários. Tudo com a marca registrada de mineira desvairada. Aqui, realidade e ficção são vice-e-versa. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos conhecidos pode não ser mera coincidência. Ou pode ser uma grande fantasia.

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"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo." Clarice Lispector