enquanto
alguns cantam maiakovski
lambendo o passado
num saudosismo de esquerda
e outros dependuram palavras
ilegítimas
em promessas verde-amarelas
a fome
é foice nos dias do sertanejo
a violência
é cartilha dos abandonados
a indiferença
é mãe do individualismo
a esperança
debate-se entre verso e reverso
e vira fantasia
Fractais
Ia eu perdida nos meus pensamentos doidos quando literalmente trombei num poste. A vergonha me tomou. Não olhei pros lados. Continuei andando como se nada tivesse acontecido. Onde já se viu uma mulher da minha idade e com o meu currículo de vida continuar trombando em postes? Ainda estava no final desta interrogação quando trombei novamente. Desta vez, o poste era gente. E sorridente. Foi o quanto bastou pra vergonha virar raiva. A gente era meu vizinho promotor. O mesmo que um dia bisbilhotou uma tal loba e sua coleção de indiscrições. A raiva terminou num café. Ele sabia mais do que deveria. Nunca se deve colocar à prova o silêncio de um promotor.
***
Ontem fiz o teste “Que livro é você?”. Parece que sou “A paixão segundo GH”. Fiquei felizinha. Clarice Lispector é minha ídola. Mas fiquei preocupada com a explicação do resultado. Por que este livro? Porque este livro “agrada a poucos, mas tem uma força única”.
Confesso que gostei da idéia de ter uma força única. Mas agradar a poucos? Não é exatamente o feed-back que andei tendo. Ou serei aquele tipo de pessoa que vê apenas o que quer ver? Melhor pensar mal de mim a ter que entrar na vertente de ser apenas mais um número.
***
Minha casa está enorme. E de tão vazia dá eco. Será mesmo a casa? Faz apenas dois dias que minhas crias voltaram para seus ninhos. Parece que deixaram um buraco em mim. Estou ave sem asas.
***
alguns cantam maiakovski
lambendo o passado
num saudosismo de esquerda
e outros dependuram palavras
ilegítimas
em promessas verde-amarelas
a fome
é foice nos dias do sertanejo
a violência
é cartilha dos abandonados
a indiferença
é mãe do individualismo
a esperança
debate-se entre verso e reverso
e vira fantasia
Fractais
Ia eu perdida nos meus pensamentos doidos quando literalmente trombei num poste. A vergonha me tomou. Não olhei pros lados. Continuei andando como se nada tivesse acontecido. Onde já se viu uma mulher da minha idade e com o meu currículo de vida continuar trombando em postes? Ainda estava no final desta interrogação quando trombei novamente. Desta vez, o poste era gente. E sorridente. Foi o quanto bastou pra vergonha virar raiva. A gente era meu vizinho promotor. O mesmo que um dia bisbilhotou uma tal loba e sua coleção de indiscrições. A raiva terminou num café. Ele sabia mais do que deveria. Nunca se deve colocar à prova o silêncio de um promotor.
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Ontem fiz o teste “Que livro é você?”. Parece que sou “A paixão segundo GH”. Fiquei felizinha. Clarice Lispector é minha ídola. Mas fiquei preocupada com a explicação do resultado. Por que este livro? Porque este livro “agrada a poucos, mas tem uma força única”.
Confesso que gostei da idéia de ter uma força única. Mas agradar a poucos? Não é exatamente o feed-back que andei tendo. Ou serei aquele tipo de pessoa que vê apenas o que quer ver? Melhor pensar mal de mim a ter que entrar na vertente de ser apenas mais um número.
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Minha casa está enorme. E de tão vazia dá eco. Será mesmo a casa? Faz apenas dois dias que minhas crias voltaram para seus ninhos. Parece que deixaram um buraco em mim. Estou ave sem asas.
***
Beijo! Belos dias a todos!
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