feito seta

veja
estou verso sem limites

entretanto
não sou poeta
(também não sou triste)

sou língua afrodísea
feito seta
mirando a pele da palavra
em suas incursões literárias

veja
e venha fazer a ponte
entre minhas fontes
e tua inspiração em riste

***

É, não sou poeta. Mas sou alegre, ainda um tantinho erótica e louca por poesia. E ando com saudades do tempo em que poetar era uma brincadeira coletiva. Então, fica o convite. Poete e venha me fazer companhia.

Beijos. Um tanto!

PS. Obrigada a todos que comentaram o texto passado e se preocuparam comigo. O texto foi genérico. Não sofri nenhuma perda recente. Nem pretendo. Mas perdas andam junto com ganhos. O segredo é saber equilibrar-se entre um e outro, ainda que desequilibrando-se. Afinal, desequilibrar-se é o estágio anterior e propulsor do equilibrar-se!

***

Outros Versos:

Laços e Nós
Jacinta Dantas

Na ansiedade de desfazer as amarras que me prendiam,
desamarrei os nós e me senti solta.

Mas, no caminho que fiz,
nós e laços foram se entrelaçando e,
confusa,
não conseguindo distinguir um do outro,
acabei desfazendo, também,
muitos laços importantes.


Zequinha

você
não está
você é
poeta
portanto
verso
sem limites

também
não é
triste

tua seta
acerta
certeira
palavras
e peles
corações
e mentes

também
desperta
o tesão

transforma
leitores
em poetas
sem setas
sem lanças
com o Ego
em riste

Boca

Ilimitado
é o alvo dessa seta
ainda que ela se faça
musa
inspiração
ou meta

subjaz
na sua escrita
a poesia
a prosa
a rima
e a métrica

é língua
insaciável
a sorver
poemas
não importam
os temas

ela foi e será
de vários mundos
a ponte
e nunca em nehum tempo
a inspiração
secou a fonte

Adelaide Amorim

correio

vem do trabalho às sete
na caixa do correio
as mãos cheirando a rosas
e o pensamento molhado de mensagens
recolhe contas
comunicados bancários e alguns volantes
publicitários

O café

Aqui se faz prosa, verso e a bobagem que pintar, em qualquer tempo e qualquer lugar - na página principal e nos comentários. Tudo com a marca registrada de mineira desvairada. Aqui, realidade e ficção são vice-e-versa. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos conhecidos pode não ser mera coincidência. Ou pode ser uma grande fantasia.

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"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo." Clarice Lispector