Nada será como antes

Milton Nascimento

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol


Estou num momento em que o olhar está fixo no umbigo. Tenho motivos, é claro. Ainda assim, umbigo é chato pra caramba. Prefiro dar a vocês Milton e esta bela letra. Letra que foi feita nos anos de chumbo e que fala alto do meu passado. Letra também que me fala de agora. Nada será como antes, amanhã. Mas na boca da noite sempre existe um gosto de sol.
Estarei curtindo este gosto até que o sol brilhe alto. Tomara que seja um tempo sem demora.
Enquanto isso, fiquem com meus beijos. E o desejo de belos dias.

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Aqui se faz prosa, verso e a bobagem que pintar, em qualquer tempo e qualquer lugar - na página principal e nos comentários. Tudo com a marca registrada de mineira desvairada. Aqui, realidade e ficção são vice-e-versa. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos conhecidos pode não ser mera coincidência. Ou pode ser uma grande fantasia.

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"Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo." Clarice Lispector